É comum que ao pensar em construir ou reformar janelas, esquadrias, portas, box de banheiro, guarda-corpo de escadas, tampo de mesas, o vidro temperado seja uma indicação frequente entre as opções indicadas. É o único que pode ser aplicado em portas sem a utilização de caixilhos. Há motivos bem consistentes para a preferência pelo vidro temperado ser frequente!
O vidro temperado apresenta alta resistência e durabilidade, sendo vastamente especificado por engenheiros, arquitetos e designers em seus projetos. Acompanhe o conteúdo, a seguir, e descubra o motivo pelo qual esse tipo de vidro é tão requisitado. Vamos lá?
O que é o vidro temperado?
O vidro temperado é caracterizado pelo tratamento que recebe para aumentar a sua resistência, passando por altas temperaturas ou por ação de produtos químicos. Esse tipo de vidro pode ser até cinco vezes mais forte que o vidro comum, devido à segurança que gera para os usuários dos mais variados ambientes residenciais ou comerciais.
O vidro comum, ao quebrar, gera diversos estilhaços irregulares, pontiagudos e afiados, representando um grande risco para a integridade física dos usuários. O vidro temperado, ao quebrar, gera pedaços pequenos e arredondados, sendo assim mais seguro do que o vidro comum. Essa é uma das principais características que faz com que o vidro temperado seja muito utilizado.
A limpeza também é facilitada, sendo possível usar apenas um pano úmido com água e sabão. Em seguida, utiliza-se um rodo e pano seco para dar acabamento. Quando o vidro temperado quebra basta varrer os pedaços arredondados.
Antes de aprofundar mais sobre as características do vidro temperado, conheça a história do surgimento do vidro e o encanto que esse material gera nas mais diversas áreas em que é utilizado!
Como o vidro surgiu?
O vidro é produzido a partir do aquecimento (por volta de 1700ºC) de uma mistura de sílica (areia), soda cáustica e sal, sendo que esses elementos são derretidos e em seguida são cristalizados.
O vidro é um material utilizado como revestimento e como elemento construtivo pela construção civil, arquitetura e design, estando presente desde esquadrias até em box de banheiro. É também trabalhado por artistas, com o desenvolvimento de objetos decorativos, obras de arte e vitrais. O vidro é um material que encanta por suas características de transparência, opacidade, variadas possibilidades de cor, textura e formato.
Há registros de uso do vido em 5.000 a.C. por fenícios, que estavam em uma praia e apoiaram blocos de nitrato de sódio em uma fogueira para aquecer suas utensílios para preparo de alimentos. Ao unir o fogo com o nitrato de sódio e a areia da praia, foi gerado um líquido transparente que se acredita ser vidro.
A produção de vidro só surge durante o Império Romano e o sucesso de uso desse material foi tanto que em 300 d.C. passou-se a cobrar taxas e impostos dos produtores. Os romanos dominavam a lapidação, a pintura e a coloração do vidro.
Os babilônios, século II a.C., desenvolveram o ferro de assopra permitindo a modelagem do vidro no formato desejado. Voltando ao Império Romano, a técnica utilizada era a de sopro em moldes para produzir janelas, o que ocasionava uma série de incidentes com os fornos em altas temperaturas.
Com a tentativa de evitar acidentes nas cidades, a produção de vidro foi transferida para a ilha de Murano e os produtores foram obrigados a se mudar para essa ilha. Os artesão eram proibidos de sair de Murano, com a tentativa de manter em segredo as técnicas de fabricação do vidro, o que veio a aumentar o valor desse material.
Até hoje, Murano é uma grande referência de qualidade e beleza em produção de vidros.
Um grupo de artesãos do vidro, de Veneza, fugiram para a Alemanha e assim as técnicas de produção se espalharam por toda a Europa e Oriente Médio. Alguns foram mortos por desobediência às normas venezianas mas se tornaram verdadeiros heróis da fabricação de vidro. Além da Alemanha, destacam-se Inglaterra e França por valorizarem as características artísticas desse material.
A indústria do vidro, da forma como existe atualmente, surgiu a partir da Revolução Industrial (século XVIII), com o avanço tecnológico e o conceito de produção em larga escala.
Na década de 1950, a fábrica inglesa Pilkington criou um novo método de fabricação do vidro, chamado de “float” (flutuação), que garante uma superfície mais lisa e com melhor acabamento. Foi também durante o século XX que surgiu o método de fabricação por folha estirada. Esse dois métodos continuam sendo amplamente empregados nos dias atuais. A técnica de mosaico (colagem de várias peças de vidro com cores diferentes) foi desenvolvida por Veneza.
O vidro é um material 100% reciclável, diminuindo a necessidade de extração de matéria-prima da natureza assim como altos gastos energéticos para produzir novos materiais desse tipo. Uma curiosidade contemporânea é que os cabos de fibra óptica utilizam vidro em sua composição.
História do vidro temperado no Brasil
A partir da segunda metade do século XX, surgiram grandes distribuidores de vidro temperado no Brasil, como o advogado mineiro Sebastião Paes de Almeida (fundou a Companhia de Vidros do Brasil – Covibra), o qual chegou a controlar sozinho até 60% dessa distribuição, em 1950.
Em 1951 surgiu a empresa Santa Lúcia Cristais LTDA e em dez anos já era inaugurada uma nova filial, com o seguinte slogan na fachada: “Vidros Blindex de segurança”. Pouco depois, a marca Blindex passou a fazer parte da razão social dessa empresa. Com o desenvolvimento tecnológico, a indústria do vidro cresceu cada vez mais devido à alta demanda, principalmente pelo setor de construção civil.
É interessante notar que, no Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) desenvolve e regulamenta as normas para planejamento, execução, aplicação, medição, colocação e uso das peças de vidro. Os vidros temperados devem ser certificados pelo INMETRO/IFBQ (Instituto Falcão Bauer de Qualidade), de acordo com a norma ABNT NBR 14698 de 2001. Conhecer a procedência do vidro temperado é fundamental para trabalhar com produtos de qualidade.
Características do vidro temperado: vidro de segurança!
O vidro temperado surge com a evolução tecnológica do século XX, sendo fabricado a partir do vidro float convencional, o qual passa por um tratamento térmico (têmpera), tornando esse tipo de vidro mais resistente à flexão, flambagem, torção, peso, impactos mecânicos e choques térmicos (suporta variações de temperatura de até 227ºC, de acordo com a norma ABNT NBR 14698 de 2001).
Depois de temperado, o vidro não pode ser cortado, furado ou beneficiado. Dessa forma, qualquer lapidação, corte, furo ou polimento deve ser feito antes do processo de têmpera, pois caso contrário a peça de vidro temperado sofre um sério risco de quebrar, estilhaçar por inteiro.
O vidro temperado pode ser combinado com o vidro laminado, insulado ou de controle solar, conferindo novas características ao produto, como o aumento do conforto térmico e acústico.
Como o vidro temperado é produzido?
A produção do vidro temperado ocorre a partir do aquecimento da matéria-prima (vidro comum que pode quebrar durante o processo de têmpera), a qual é submetida a uma temperatura de 700ºC (estado plástico), sendo bruscamente resfriada, em seguida, por meio de jatos de ar frio, tanto nas superfície superior como na inferior. As paredes do vidro se solidificam mas o seu interior ainda se encontra em estado pastoso.
Quando o vidro está totalmente frio, passa a apresentar um estado de compressão, em sua superfície, e um estado de expansão interna, devido às diferenças de resfriamento dessas duas áreas. Essa diferença de tensões permite que o vidro temperado não estilhace caso venha a ser quebrado.
Experimentos comprovam que uma chapa de vidro temperado, de 6mm de espessura, suporta o impacto de uma esfera de aço com 1kg de peso, solta livremente de uma altura de 2m sobre essa chapa. Sob as mesmas circunstâncias, um vidro comum (recozido) é facilmente quebrado com a mesma esfera solta a partir de uma altura de 0,3m.
O processo químico, utilizado de forma alternativa em relação à têmpera, ocorre por meio da troca de íons (íons do nitrato de potássio e os óxidos de sódio, do vidro) entre uma lâmina de vidro (com pelo menos 100mm) e o nitrato de potássio derretido no qual a placa é mergulhada, em um tanque. O vidro temperado por meio químico apresenta alta rigidez mecânica mas a resistência térmica é menor, comparada com o processo da têmpera.
Qual a diferença entre vidro temperado e Blindex!
Antigamente, era comum que produtos inovadores adquirissem o nome da marca que os produzia, sendo uma estratégia de marketing, como chamar esponja de aço de Bombril. O mesmo processo é observado com o vidro temperado da marca Blindex.
O vidro temperado Blindex surgiu no mercado brasileiro em 1937, fornecido pela vidraçaria Santa Marina mas foi somente em 1951 que o nome Blindex tornou-se sinônimo de vidro temperado, com o marketing da vidraçaria Santa Lúcia Cristais LTDA. Blindex é a marca mais famosa por produz vidro temperado. Assim, todo Blindex é vidro temperado mas nem todo vidro temperado é da marca Blindex.
O que pode gerar a quebra espontânea do vidro temperado?
O vidro temperado é considerado um dos avanços mais significativos da arquitetura moderna mas não se trata de um material indestrutível. Não é comum mas o vidro temperado pode se quebrar sozinho, de forma espontânea, sem sofrer quedas, sobrepeso e arremesso de objetos.
A quebra espontânea é comumente explicada por falhas durante o processo de têmpera e/ou fabricação. Seguem algumas das principais causas de quebras espontâneas:
Incidentes durante o transporte e armazenamento;
Instalação inadequada;
Instalação em área com fluxo de avião supersônico no espaço aéreo. O deslocamento da massa de ar, pelo avião, pode ser o suficiente para quebrar o vidro de fachadas e esquadrias com paredes de vidro.
Danos durante a fabricação (o sulfato de níquel se incorpora à massa do vidro durante a têmpera, por exemplo);
Espessura inadequada do vidro;
Têmpera realizada com o aquecimento do vidro não atingindo o mínimo de 650ºC;
Onde ele pode ser utilizado?
O vidro temperado pode receber, em sua superfície lisa, uma película de segurança e caso o vidro quebre, os cacos ficam presos a essa película por pelo menos duas horas após a quebra. Optar por esse tipo de vidro temperado é uma garantida de segurança a mais para os usuários do ambiente. Acompanhe, a seguir, alguns dos usos mais comuns do vidro temperado dentro dos ambientes residenciais.
Banheiro
O vidro temperado laminado é ideal para banheiros por se um ambiente que conta com frequentes mudanças de temperatura, gerando choques térmicos constantes ao vidro. O vidro temperado pode ser utilizado no box de banheiro, na janela, na bancada da pia, em prateleiras, em paredes divisórias, para isolar a área da banheira e nichos.
A ABNT apresenta mais de 30 normas para o setor vidreiro e especificamente para box de banheiro há a norma ABNT NBR 14027, a qual exige que o vidro do box seja um vidro de segurança com película. Essa norma apresenta também uma tabela com a espessura recomendada dos vidros (fixos ou móveis), em função da dimensão, tipo e forma de aplicação dos mesmos.
Salas
Esquadrias com vidro temperado laminado são de extremo bom gosto, permitindo a entrada da luz natural na sala e unindo o ambiente externo ao interno. O vidro temperado com proteção solar controla a entrada de calor, gerando um ambiente com temperatura mais agradável. Ao ser laminado, melhora a acústica e protege, os usuários, dos raios Uvs nocivos à pele humana.
As esquadrias com vidro estabelecem um conceito modernista de moradia, permitindo novos estímulos sensoriais aos moradores. Além disso, o mobiliário também pode ser em vidro temperado, como mesas de centro, mesas laterais, nichos e estantes.
Já o mobiliário em vidro associado à iluminação de led é capaz de gerar efeitos sofisticados, delicados e suaves. Criando ambientes mais relaxantes e únicos.
Então, gostou de saber mais sobre o vidro temperado? Se você está em busca deste material para sua casa, conheça a Banho Box e todas as soluções que oferecemos para sua obra ou reforma!